
A castanha (em questão) é rica em minerais essenciais e antioxidantes – Foto: Erika Bunea/GettyImages
Uma semente e uma discordância no Norte do país. Recentemente viralizou, nas redes sociais, a discussão sobre se o nome correto da castanha seria “Castanha-do-pará”, como é popularmente conhecida em parte do país, ou “Castanha-da-Amazônia”, visto que é um produto típico da região amazônica inteira, não somente de um estado.
A discussão das redes virou lei no estado do Amazonas. Agora, a semente obrigatoriamente se chama “Castanha da Amazônia”. O projeto foi aprovado nesta quinta-feira (3), na Assembleia Legislativa do estado. De autoria do deputado estadual Sinésio Campos (PT-AM), que é natural de Santarém-PA, a mudança do nome pretende, segundo o projeto, valorizar a identidade amazônica do produto e fortalecer a sua cadeia de produção no estado do Amazonas, que é um dos maiores produtores do país.
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“A produção da castanha não se restringe somente ao Pará, como o nome sugere. Ela é amplamente cultivada em vários estados amazônicos, incluindo o Amazonas, e que tem aumentado sua participação na produção nacional. Essa mudança reconhece a Amazônia como um todo e fortalece a marca do produto no mercado nacional e internacional”, disse o deputado.
A discussão das redes virou lei no estado do Amazonas. Agora, a semente obrigatoriamente se chama “Castanha da Amazônia”. O projeto foi aprovado na quinta-feira (3), na Assembleia Legislativa do estado. De autoria do deputado estadual Sinésio Campos (PT-AM), que é natural de Santarém-PA, a mudança do nome pretende, segundo o projeto, valorizar a identidade amazônica do produto e fortalecer a sua cadeia de produção no estado do Amazonas, que é um dos maiores produtores do país.
“A produção da castanha não se restringe somente ao Pará, como o nome sugere. Ela é amplamente cultivada em vários estados amazônicos, incluindo o Amazonas, e que tem aumentado sua participação na produção nacional. Essa mudança reconhece a Amazônia como um todo e fortalece a marca do produto no mercado nacional e internacional”, disse o deputado.
Especialistas falam sobre a origem dos nomes e como mudança afeta economia
Recentemente, o debate sobre a denominação da castanha voltou à tona, gerando uma discussão pública. No início deste ano, o ator amazonense Adanilo fez uma aparição no programa É de Casa, da TV Globo, e usou a variação “castanha-da-amazônia” para se referir ao fruto. Na ocasião, a apresentadora o corrigiu, mas o ator, com bom humor, comentou:
“É do Pará, é da Amazônia, é do Brasil… tem um monte de nome”.
A conversa gerou repercussão nas redes sociais, com muitas pessoas questionando qual seria o nome mais adequado para o fruto e o motivo para as variações.
O decreto nº 51.209, publicado em 1961, oficializa o nome do fruto como castanha-do-brasil.
De acordo com Davi Leal, historiador e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), essa divergência de nomenclatura se refere ao período em que o Amazonas era parte da Província do Pará. Naquela época, toda a produção de castanhas que saía do interior da região seguia para Belém, e foi lá que o fruto ficou conhecido como “castanha-do-pará”.
“Até 1850, o Amazonas fazia parte da Província do Pará, ou seja, éramos paraenses. Quando nos separamos, compartilhamos muitos hábitos culturais com toda a região”, explicou Leal. Logo, o vínculo histórico ajudou a consolidar a associação do nome com o Pará, mesmo após a separação dos estados.
Com a criação do estado do Amazonas e seu desenvolvimento crescente, desde a década de 1930, a Associação Comercial do estado tem defendido o uso de nomes como “castanha-do-brasil” ou “castanha-da-amazônia”, para dar um reconhecimento mais amplo e justo ao fruto que é originário do bioma amazônico.
“Chamar de castanha-do-pará reforça a identidade do estado, mas não faz justiça à história, pelo menos não completamente”, afirmou o pesquisador.
Atualmente, a Região Norte é a maior produtora de castanha-do-brasil. Segundo dados do Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), em 2023, a região foi responsável por extrair 33.451 toneladas do fruto. O Amazonas é o estado que lidera as extrações no ranking, com exportação de 11.291 toneladas de castanha. O Acre e o Pará vêm logo atrás, com 9.473 toneladas e 9.390 toneladas, respectivamente.
Com CNN e G1