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Brasil

Polêmica

USP inclui Marilena Chauí em lista de professores negros e gera debate sobre identidade racial

Declaração da filósofa gera polêmica nas redes sociais e reabre discussão sobre autoidentificação racial e políticas afirmativas nas universidades.


A Universidade de São Paulo (USP) se viu no centro de um debate acalorado após incluir a renomada filósofa Marilena Chauí em uma lista de professores negros da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). A iniciativa, parte do projeto Memória Negra, visa reconhecer e valorizar a contribuição de docentes negros para a instituição.

A inclusão de Chauí na lista, no entanto, gerou questionamentos nas redes sociais sobre a autoidentificação racial da filósofa, que ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto. A FFLCH justifica a inclusão com base na autodeclaração dos próprios docentes.

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Outra professora da FFLCH, Rose Satiko, também incluída na lista, se pronunciou sobre o tema, revelando sua ancestralidade mista e defendendo o direito à autoidentificação como parda. A antropóloga relatou experiências de racismo na infância e a importância de reconhecer a diversidade racial.

A divulgação do projeto trouxe à tona a discussão sobre a representatividade negra nas universidades e a necessidade de políticas afirmativas para promover a equidade racial. A vice-diretora da FFLCH, Silvana de Souza Nascimento, destacou que o objetivo do projeto é dar visibilidade a docentes negros e negras, que representam apenas 5% do corpo docente da faculdade.

A inclusão de Chauí na lista reacendeu o debate sobre a autoidentificação racial e os critérios utilizados para definir quem é negro. A questão ganhou ainda mais destaque após casos de estudantes que tiveram suas autodeclarações questionadas em processos seletivos para vagas reservadas a negros em universidades públicas.

A polêmica também levantou questionamentos sobre a eficácia das políticas de cotas raciais e a necessidade de ações afirmativas para promover a diversidade racial no corpo docente das universidades.

A USP, por sua vez, defende a importância da autodeclaração como critério para identificar a raça e garante que o processo de mapeamento dos professores negros é transparente e baseado em informações fornecidas pelos próprios docentes.