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Brasil

São Paulo

Milhares de manifestantes lotaram a Av. Paulista pedindo impeachment de Moraes; veja vídeo

Manifestação na Paulista reúne 13 mil pessoas, calcula grupo de pesquisa da USP. Em vários pontos do país houve protesto contra a morte de Cleriston Pereira da Cunha, preso pelo 8 de Janeiro, cujo pedido de soltura por motivos de saúde foi ignorado pelo Ministro Alexandre de Moraes. Pereira sofreu uma parada cardíaca e morreu na Penitenciária da Papuda, em Brasília.


A manifestação na Avenida Paulista realizada neste domingo (26) por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu 13.321, segundo cálculo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) a partir de fotos aéreas tiradas na avenida entre 15h30 e 15h45.

O ato tinha como mote principal a “defesa do Estado democrático de direito” e foi convocado após a morte de Clériston Pereira da Cunha, um dos presos pelos atos de depredação da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro e que morreu durante um banho de sol na Penitenciária da Papuda, em Brasília, no último dia 20.

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O pastor Silas Malafaia, publicou um vídeo em suas redes sociais em um trio elétrico, ao lado da viúva e das filhas de Cleriston Pereira da Cunha, réu que morreu no dia 20 deste mês, no presídio da Papuda, no Distrito Federal.

– Meu esposo Clesão foi injustiçado. Morreu sem ter merecido morrer desta forma. Eu quero justiça! – disse Jane Duarte, viúva de Cleriston.

Malafaia enalteceu a grande mobilização que lotou a Paulista e criticou a imprensa por “ter lado” político e ignorar este acontecimento – Foto: reprodução 

Manifestantes entoaram gritos com palavras de ordem, como “Fora, Lula” e “Volta, Bolsonaro”. Eles também pedem o impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável pelos processos contra os detidos pelos atos de 8 de janeiro.

Moraes é apontado por bolsonaristas como “responsável” pela morte de Cleriston Pereira da Cunha. A defesa do réu pediu sua liberdade no processo relatado pelo ministro do STF e apresentou um laudo médico que apontava risco de morte caso Cleriston continuasse preso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também defendeu que ele fosse posto em liberdade.

Milhares de pessoas se reúnem na tarde deste domingo (26) para uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), “em defesa do estado democrático de direito”, dos “direitos humanos” e da “memória de Cleriston da Cunha”, réu dos atos golpistas de 8 de janeiro que morreu durante banho de sol no Complexo da Papuda, no último dia 20. Os organizadores levaram a família do réu para o carro de som.

Av. Paulista – manifestação pedindo impeachment do ministro Alexandre de Moraes – São Paulo, 26-11-2023 – Foto: Irineu Ramos

O ex-presidente, que chegou a publicar a convocação em seus perfis na redes, decidiu não ir ao ato, como noticiou o colunista Lauro Jardim. Bolsonaro fez um vídeo na semana passada, e chegou a dizer a Malafaia que iria, mas deixou o Rio de Janeiro na manhã de hoje e seguiu diretamente para Brasília.

Antes das 14h, manifestantes vestidos de camisetas verde e amarelas e bandeiras do Brasil e de Israel já se reuniam em frente ao Masp, na Avenida Paulista. O ato teve início oficialmente às 14h40, com um minuto de silêncio em memória de Clériston, homem que foi preso após participar dos atos de vandalismo e invasão na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro e morreu na Penitenciária da Papuda no último dia 20.

Cleriston Pereira da Cunha morreu aos 46 anos de idade – Foto: reprodução

No único trio elétrico da manifestação, foi estendida uma faixa com a frase: “Em defesa do Estado democrático de direito, dos Direitos Humanos e em memória de Clériston Pereira da Cunha”. Sob gritos de “Fora Xandão” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” e com bandeiras do Brasil e de Israel, manifestantes e parlamentares faziam ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Lula.

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo – RS) criticou os “abusos” da Corte.

— Chega de tanto abuso. Eu estive essa semana junto com colegas e tantos outros brasileiros no velório do nosso querido Clezão. Ele sofreu essa tortura injusta durante meses ele se tornou não apenas o meu amigo, mas um amigo do Brasil. Vocês estão aqui honrando a vida do Clezão — discursou — Há gente que está sendo torturada por uma corte que se acha acima da Constituição. Nós atuamos sempre dentro da lei e da Constituição. A hora dos ministros do STF vai chegar e tá chegando.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu “justiça” e direcionou sua fala aos familiares de Clériston que estavam no palco — “Ele não vai ser esquecido, ele vai continuar vivendo no coração de cada um de nós que tem certeza que esse país vai ter justiça.”

O ex-desembargador Sebastião Coelho fez um dos discursos que mais atiçou os ânimos dos manifestantes, acusando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “assassinato”.

— O senhor cometeu assassinato ao não liberar o Clériston da prisão. O sangue do Clériston não será em vão, e o Senado federal, vamos investigar os senadores para tirar Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal e em seguida o seu destino é a cadeia. Fora Alexandre de Moraes, nós não vamos nos intimidar — falou, provocando gritos de “fora Xandão” na multidão.

Fotos e videos: Irineu Ramos