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Brasil

Eleição

Lilia Schwarcz é a mais nova imortal da Academia Brasileira de Letras

A antropóloga e historiadora recebeu 24 dos 38 votos possíveis e vai ocupar a cadeira 9, após a morte de Alberto da Costa e Silva. Lilia Schwarcz terá a tarefa de dar continuidade ao trabalho de Machado de Assis.


Na eleição realizada nesta quinta-feira, 7, pela Academia Brasileira de Letras (ABL), a historiadora Lilia Moritz Schwarcz foi escolhida para ocupar a cadeira número 9, sucedendo o diplomata Alberto da Costa e Silva, falecido em novembro. Schwarcz, renomada por suas contribuições à historiografia e antropologia brasileiras, destacou-se entre os concorrentes: o diplomata e escritor Edgard Telles Ribeiro, a escritora Chirles Oliveira Santos, o ex-senador Ney Suassuna e Antônio Hélio da Silva.

A cadeira, que ficou vaga após o falecimento de Costa e Silva, atraiu a candidatura de personalidades marcantes da cultura nacional. A escolha de Schwarcz pela ABL reafirma o compromisso da instituição em promover figuras que tenham legado significativo para a literatura e a cultura brasileiras. A historiadora, conhecida por suas análises profundas sobre o Brasil Império e questões raciais, adicionará à Academia sua vasta experiência acadêmica e literária.

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A historiadora Lilia Moritz Schwarcz, autora do livro ‘Sobre o Autoritarismo Brasileiro’ – Foto: Werther Santana/Estadão

Quem é Lilia Moritz Schwarcz

Lilia Moritz Schwarcz é uma das figuras mais proeminentes da academia brasileira, com um trabalho extenso em história e antropologia, focando especialmente na sociedade brasileira. Professora titular da Universidade de São Paulo (USP) e visiting professor na Universidade de Princeton, Schwarcz é autora de vários trabalhos influentes, incluindo As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, que ganhou o Prêmio Jabuti.

Seu trabalho caracteriza-se pelo exame crítico das estruturas raciais e da formação da identidade nacional brasileira, abordando temas como o racismo, a escravidão e o período imperial do Brasil. Com a sua eleição para a ABL, Lilia Moritz Schwarcz traz uma contribuição valiosa para a perpetuação e aprofundamento do diálogo sobre a cultura e a história brasileiras.

“Não é segredo para ninguém que essa minha candidatura é em honra ao Dr. Alberto da Costa e Silva, para mim faz um imenso sentido entrar na vaga dele. Ele era meu pai espiritual, meu pai intelectual, meu pai afetivo. Gostaria muito de seguir os seus passos e cuidar, em primeiro lugar, da memória. Vasculhar os arquivos como ele fazia e contar uma história mais múltipla. A ABL é fundamental para a memória do país”, declarou Lilia.