Um caso envolvendo possível negligência da companhia aérea Latam foi denunciado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por uma moradora de Brasília. A empresária Eleni Costa afirma que seus pais, Antônio Batista, de 86 anos, e Antonia Costa Batista, de 81, foram deixados sozinhos na área externa do Aeroporto Internacional de Brasília, sem o acompanhamento especial solicitado previamente à empresa. O episódio ocorreu no último domingo (25/6).
De acordo com Eleni, o casal desembarcou por volta das 7h25 em um voo vindo de Teresina (PI), mas não foi localizado no portão de desembarque, o que gerou quase duas horas de angústia para a filha, que aguardava no terminal.
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“Fiquei mais de uma hora e meia esperando e ninguém da Latam me dava uma resposta clara. Apenas diziam que era normal a demora do desembarque”, relatou a empresária, acrescentando que os pais têm problemas cardíacos e dificuldades de locomoção, o que torna o suporte da companhia ainda mais essencial.
Desamparo e frio
Segundo a filha, os idosos chegaram a pedir ajuda a funcionários para contatá-la, mas não foram atendidos. A localização dos pais só foi possível graças à ligação de uma mulher que os encontrou perdidos do lado de fora do aeroporto. “Ela viu meus pais sozinhos, se compadeceu e ligou para o número do meu irmão, salvo no celular deles”, contou Eleni. O casal foi encontrado sentado em um jardim, com frio e fome.
A senhora Antonia, de 81 anos, afirmou que foi acompanhada por um funcionário da Latam apenas até a área externa, e que o pedido para permanecer com a cadeira de rodas até a chegada da filha foi negado.
O que diz a Latam
Em nota enviada à imprensa, a Latam negou qualquer falha no atendimento e afirmou que “prestou toda a assistência solicitada” à família. A empresa não entrou em detalhes sobre o procedimento adotado no desembarque dos idosos.
Direitos garantidos por lei
Conforme a Resolução nº 280/2013 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), passageiros que necessitam de assistência especial — como idosos com mobilidade reduzida — têm direito a:
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Acompanhamento completo no desembarque, até o reencontro com a família ou responsável;
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Transporte gratuito de cadeiras de rodas e outros equipamentos;
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Apoio para comunicação com familiares no terminal.
Eleni registrou ocorrência na PCDF e pretende acionar judicialmente a companhia aérea por negligência e risco à saúde dos pais. “Foi um descaso inaceitável. Não posso deixar isso acontecer com outras famílias”, declarou.