As ações do Magazine Luiza (MGLU3) registram uma sessão de disparada após anunciar acordo com a plataforma chinesa Aliexpress para venda de seus produtos em ambos os marketplaces. Às 10h30 (horário de Brasília), os ativos MGLU3 subiam 10,43%, a R$ 11,95.
O Aliexpress, do Alibaba, passará a vender como seller do marketplace do Magazine Luiza (3P), enquanto a companhia brasileira oferecerá produtos do seu estoque próprio na plataforma brasileira do Aliexpress.
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De acordo com o comunicado, o Aliexpress oferecerá itens da sua linha Choice, um serviço de compras premium, incluindo produtos com o melhor custo-benefício e velocidade de entrega.
“Os pedidos realizados no Magalu serão importados por meio do programa Remessa Conforme, impulsionando a operação cross border da companhia”, afirmou a empresa brasileira.
No caso dos produtos do Magazine Luiza que serão vendidos na plataforma do Aliexpress, serão oferecidos, inicialmente, itens das categorias de bens duráveis, com capilaridade logística e multicanalidade.
O JPMorgan vê o anúncio como positivo para o Magalu, pois aprofunda sua oferta 3P com SKUs (unidades de produtos) que não eram foco da empresa (geralmente tíquete mais baixo) sob uma estrutura em que a varejista brasileira não arca com o custo de entrega (a ser entregue pelo AliExpress), melhorando assim as unidades de negócio e potencialmente aumentando as conversões e a recorrência, mas também estando sujeito ao serviço AliExpress.
“Além disso, o MGLU3 apenas cobrará um take rate (valor que incide sobre cada transação, já negociada) pelas vendas de seus produtos no AliExpress, enquanto o financiamento para consumidores e marketing será feito pelo AliExpress. Todas as transações serão feitas seguindo as diretrizes do ‘Remessa Conforme’ e, segundo a empresa, a parceria deverá estar em voga no 3T24″, avalia.
A XP também vê o anúncio como positivo para MGLU, pois expande rapidamente o alcance da empresa nas categorias de cauda longa, ao mesmo tempo em que abre um novo canal de vendas para o sortimento 1P, embora na visão dos analistas este seja limitado, dado o posicionamento do AliExpress.
“No entanto, também acreditamos que o anúncio sinaliza que o cenário competitivo e as perspectivas de crescimento dos marketplaces estrangeiros estão mais desafiadores no país, com a consolidação como um movimento para lidar com o imposto de importação recentemente aprovado e a chegada de Temu”, avalia. A XP mantém neutro, avaliando um cenário macro ainda difícil.
A colaboração entre as empresas não passou despercebida e nas redes sociais associaram os nomes e surgiu a “MagAli” como suposto nome para uma possivel nova marca juntando os parceiros.
(Com Reuters)