O Hamas libertou dois reféns no sábado em troca de mais de 600 prisioneiros palestinos como parte do frágil acordo de cessar-fogo com Israel.
Os homens foram identificados como Tal Shoham, 40, e Avera Mengistu, 39. Imagens de vídeo mostraram os dois homens parecendo frágeis e assustados enquanto eram levados para um palco na frente de uma multidão, ladeados por homens armados mascarados. Eles foram entregues à Cruz Vermelha e estavam a caminho das forças da IDF.
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Esperava-se que mais quatro reféns – Omer Wenkert, 23; Omer Shem Tov, 22; Hisham Al-Sayed, 36; e Eliya Cohen, 27 – também fossem libertados neste sábado.
As Forças de Defesa de Israel e a Agência de Segurança de Israel disseram em uma declaração conjunta que Shoham e Mengistu haviam cruzado para Israel.
Omer Shem Tov; Omer Wenkrat; e Avera Mengistu – Foto: Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas
“Há pouco tempo, acompanhados por forças da IDF e da ISA, os dois reféns que retornaram cruzaram a fronteira para o território israelense, e estão atualmente a caminho de um ponto de recepção inicial no sul de Israel, onde serão reunidos com membros de suas famílias”, disse a declaração. “A IDF está preparada para receber reféns adicionais que devem ser transferidos para a Cruz Vermelha em um futuro próximo.”
Dois dos reféns — Mengistu e Al-Sayed — são civis que estão detidos desde que entraram em Gaza por conta própria, há mais de uma década, muito antes da guerra desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que provocou retaliação militar das forças israelenses.
A família de Shoham disse em um comunicado que sua libertação do cativeiro do Hamas “é um momento inesquecível, onde todas as emoções se misturam rapidamente”.
“Nosso Tal está conosco. Agradecemos a todo o povo de Israel que ficou conosco durante todos os longos dias de dor e sofrimento”, disse a declaração. “Durante esses dias, precisamos de privacidade para Tal, Adi e as crianças. Neste momento crucial de nossas vidas, nosso único pedido é aproveitar esta janela de oportunidade para garantir um acordo que trará os pais de volta aos seus filhos – os filhos precisam de seus pais – e devolverá todos os reféns para casa: os vivos para reabilitação e os falecidos para descanso eterno. Há uma janela de oportunidade; não podemos perdê-la.”
Eliya Cohen; Tal Shoham; e Hisham Al-Sayed – Foto: Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas
A família de Mengistu também divulgou um comunicado dizendo que “suportou dez anos e cinco meses de sofrimento inimaginável”.
“Durante esse tempo, houve esforços contínuos para garantir seu retorno, com orações e súplicas, algumas silenciosas, que permaneceram sem resposta até hoje”, disse a família. “Nesses momentos, nos reunimos em ansiosa antecipação do retorno de nosso amado filho, irmão e tio Avera. Pedimos que esses momentos sejam respeitados e que nos seja concedida a paz e o descanso de que tanto precisamos.”
Isso ocorre enquanto o delicado acordo de cessar-fogo firmado há um mês continua em vigor, apesar das recentes revelações de que o corpo da refém Shiri Bibas não foi inicialmente devolvido a Israel, conforme prometido pelo Hamas.
Veículos da Cruz Vermelha chegam para recolher caixões contendo quatro corpos que foram entregues por militantes do Hamas em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025 – Foto: AP
Cruz Vermelha entrega novos restos humanos de Gaza a Israel
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que o Hamas “pagaria o preço total” por supostamente entregar o corpo de uma mulher palestina de Gaza em vez do corpo do refém israelense. Os filhos do refém — Ariel e Kfir Bibas — junto com Oded Lifshitz foram devolvidos pelo Hamas na quinta-feira, como esperado.
Na sexta-feira (22) à noite, o Hamas disse que entregou o corpo de Shiri Bibas à Cruz Vermelha, que confirmou ter recebido restos mortais humanos dentro de Gaza e os transferido para autoridades israelenses. A família de Bibas confirmou sua identidade na manhã deste sábado.
O Hamas disse que “não tem interesse em reter nenhum corpo em sua posse”. O grupo terrorista disse que os reféns mortos entregues na quinta-feira foram mortos por um ataque aéreo israelense em novembro de 2023 e que os corpos podem ter sido identificados erroneamente devido aos bombardeios na área.
Um cartaz mostra Shiri Bibas, que foi sequestrada em Gaza com seu marido e dois filhos pequenos em 7 de outubro de 2023, em Jerusalém – Foto: AP
O grupo terrorista também matou Ariel e Kfir Bibas “com as próprias mãos”, de acordo com o exército israelense, que não ofereceu evidências para apoiar a alegação.
O Contra-Almirante Daniel Hagari alegou que a análise forense dos corpos dos meninos Bibas mostrou que o Hamas “não atirou nos meninos”, mas “os matou com as próprias mãos” e então “cometeu atos horríveis para encobrir essas atrocidades”. Hagari disse que Lifshitz foi morto por captores dentro de Gaza.
A Associated Press contribuiu para esta reportagem.