O volume total da população empregada voltou a ultrapassar a máxima dos cinco milhões, ao subir para 5.019.000, segundo os dados publicados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o INE, foram os homens, as pessoas entre os 25 e os 34 anos e os detentores do ensino secundário ou pós-secundário as faixas que mais contribuíram para este crescimento.
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O aumento do emprego neste trimestre do ano deu-se tanto entre os trabalhadores por conta empregados formalmente (23.200 pessoas, +0,5%), como no grupo dos trabalhadores por conta própria (15.900 pessoas, +2,3%), somando-se nos 720.000 profissionais.
Segundo a análise aos números feita pela Randstad Portugal, o emprego aumentou em todos os grandes setores, mas o setor industrial apresentou o melhor desempenho em termos trimestrais e interanuais, com uma subida para +22.200 pessoas. A análise destaca também os aumentos verificados nas atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (+14.600 pessoas) e na educação (+12.800 pessoas).
Taxa de desemprego volta a subir
Este aumento no volume da população empregada acontece apesar de uma ligeira subida na taxa de desemprego, que aumentou para os 6,8% nos primeiros três meses deste ano, face aos 6,6% do último trimestre de 2023. Este foi o segundo trimestre consecutivo de subida na taxa de desemprego. O número de pessoas sem emprego aumentou 3,8% face ao final de 2023, mas diminuiu 3,4% face ao mesmo trimestre do ano passado.
Outro ponto positivo do novo relatório do INE é a descida no desemprego de longa e muito longa duração. Do total da população desempregada, há cerca de um terço (33,5%) que está nesta situação há pelo menos 12 meses, o que significa uma descida de três pontos percentuais face aos números do último trimestre de 2023. Desses, mais de metade (55,4%) estão sem trabalho há pelo menos dois anos, o que representa também uma diminuição, quer em relação ao trimestre anterior, quer relativamente ao período homólogo de 2023. Estes valores significam que a taxa de desemprego de longa duração é agora quase 5 vezes inferior à de há 10 anos.
Pela negativa, destaca-se a subida nos números da subutilização do trabalho, o que inclui as pessoas a trabalhar a tempo parcial que procuram mais horas de trabalho, os inativos disponíveis para trabalhar mas que não procuraram ativamente emprego no período em causa, e os inativos que procuram emprego sem estarem disponíveis no imediato para aceitar uma oferta.
As pessoas nesta situação totalizaram pouco mais de 646 mil, tendo subido 1,5% face ao trimestre anterior, mas com uma descida de 5% face aos primeiros três meses do ano passado.
Trabalho em home office aumenta
Os números dão também conta de mais pessoas trabalhando em casa, um fenómeno que ganhou força com a pandemia de 2020-2021 e se instalou nas sociedades, especialmente na portuguesa.
Segundo este relatório, cerca de um quinto (20,5%) da população empregada tem possibilidade de fazer alguma modalidade home office, tendo esta fatia subido 16,2% face ao trimestre anterior. É na Grande Lisboa que se situa a maior fatia (cerca de um terço) dos trabalhadores com possibilidade de home office.