Primeiro lançamento após seu último álbum de estúdio Meu Coco (2021) e contribuição especial para a trilha sonora do filme “Une famille”, da escritora Christine Angot, “esta não é a primeira vez em que o gênio brasileiro canta em francês, mas sim mais uma prova de sua inventividade como intérprete”, diz o argentino. Na opinião de Berti, diante do talento de Caetano como compositor, existe uma tendência de se relegar a um segundo plano o trabalho dele como intérprete, como acontece com escritores de livros quando traduzem obras magistrais.
O texto diz que Caetano tem uma capacidade ímpar para dar uma segunda vida às músicas que reconstrói e interpreta. “Três discos em especial, Qualquer Coisa (1975), Fina Estampa (1994) e A Foreign Sound (2004), deveriam ser suficientes para demonstrar a destreza do baiano nesta área”, aponta a crítica.
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“Apesar da expressão ‘qualquer coisa’ sugerir uma banalidade, o disco Qualquer Coisa é uma homenagem irreverente e elaborada a Jorge Ben, Chabuca Granda e aos Beatles, assim como um laboratório heterogêneo que precede mais dois registros conceituais: a exploração do repertório latino-americano para o público espanhol em Fina Estampa e a celebração da música popular americana (de Gershwin a Stevie Wonder) em A Foreign Sound“, observa o argentino.