As potencialidades do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) chamaram a atenção do Governo do Paraná, que enviou ao Amazonas o titular da Secretaria Estadual da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), Alex Canziani. O secretário visitou os laboratórios do Centro, conversou com os pesquisadores e conheceu as principais pesquisas desenvolvidas pelo CBA.
Dentre as iniciativas apresentadas ao secretário, destacaram-se os projetos na área de tecnologia de alimentos, como a inserção de resíduos de produtos amazônicos com potencial para compor a merenda escolar, as pesquisas em torno do bioplástico e as iniciativas de melhoramento genético de mudas, a exemplo do que já é feito com o Curauá, fibra altamente resistente com capacidade para atender as necessidades da indústria automotiva e de telecomunicações.
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Além do CBA, Canziani conheceu a política de investimentos do Amazonas em Ciência e Tecnologia durante uma visita à sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), onde foi recepcionado pelo titular da pasta, Serafim Corrêa.
O secretário também esteve na Superintendência da Zona Franca de Manaus, onde foi recebido pelos superintendentes adjuntos de Projetos da Suframa, Leopoldo Montenegro, e de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica, Waldenir Vieira. O objetivo da reunião foi dar continuidade às discussões visando ao estabelecimento de um Acordo de Cooperação Técnica entre os órgãos com a finalidade de fomentar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com foco no aproveitamento sustentável da biodiversidade amazônica.
De acordo com o secretário Alex Canziani, é uma alegria poder estar na Suframa e discutir possibilidades de cooperação com o ecossistema da Zona Franca de Manaus. “Sabemos da importância que a Suframa tem não só para o Amazonas, mas também para o Brasil como um todo. A ideia, juntamente com os profissionais do CBA, é entender de que forma nós podemos aproveitar todo o potencial da Floresta Amazônica para que, em parceria com as nossas universidades, a gente também possa desenvolver novos produtos e incentivar novas startups para aproveitar toda o potencial dessa biodiversidade. No Paraná, nós temos a Mata Atlântica, que também tem uma grande diversidade, e a ideia é que a gente possa encaminhar um acordo de cooperação técnica para trabalhar juntos e buscar novas oportunidades para o Paraná e para o Amazonas”, afirmou Canziani.
O superintendente-adjunto Leopoldo Montenegro concluiu a reunião fazendo votos de que as ideias trocadas possam ter continuidade e de que o Acordo de Cooperação possa vir a ser formalizado nos próximos meses. “Paraná é um estado que tem várias startups e também vocações na parte de bioeconomia. Dessa forma, o CBA pode fazer a interlocução com eles e trazer negócios para a Amazônia, seja com startups, seja com projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Então acreditamos que foi uma reunião excelente para fazer o direcionamento correto a fim de incentivar novos projetos e negócios entre os dois Estados”, afirmou Montenegro.
O diretor Administrativo e Financeiro do CBA, Carlos Henrique Costa, disse que a reunião desta quinta-feira é resultado de contatos e visitas realizadas pelo Centro há cerca de dois meses junto ao ecossistema de inovação do Paraná. “Estamos em fase de negociação para criar um termo de cooperação para, inicialmente, trabalhar com produção de pesquisas em bioinsumos e biodefensivos, mas já descobrimos que temos outras áreas em comum, como as startups, que são empresas que podem iniciar seus negócios aqui e depois partir para o resto do Brasil, inclusive, se instalando no Paraná”, informou Costa.
Alex Canziani (segundo, da direita para a esquerda) ressalta a importância da Suframa e do CBA, no processo de discussão para o desenvolvimento de novos produtos e startups relacionados à biodiversidade (Foto: Divulgação)
Carlos Henrique Costa, que intermediou o diálogo de Canziani com a Sedecti e a Suframa, disse que há uma sinergia para o estabelecimento de uma cooperação entre as instituições e o Estado do Paraná.
“Inicialmente, identificamos um cenário bem favorável para a produção de pesquisa em bioinsumos e biodefensivos, mas ao longo desse caminho descobrimos que temos outras áreas em comum, como nosso projeto de incentivo a startups. Com isso, iniciativas do Paraná poderão iniciar seus negócios aqui e depois se expandir para o resto do Brasil, entre outras ações que vamos traçar”, disse Carlos.