O vereador Dione Carvalho (Patriota), fez declarações polêmicas nesta segunda-feira (13) durante sessão na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Carvalho criticou a imprensa que fiscaliza os parlamentares da Casa Legislativa e acusou a Mesa Diretora da Câmara de pagar os portais para atacar os vereadores, utilizando robôs, fake news e até mesmo pessoas “teleguiadas”.
As acusações causaram uma reação imediata tanto dos colegas parlamentares quanto dos profissionais da imprensa.
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“Os portais que são pagos pela Câmara Municipal de Manaus bombardeiam severamente, ridicularizando os vereadores da própria casa. A Câmara paga os portais e os portais batem na gente. Eu tenho certeza que quando sentar na minha cadeira serei bombardeado por robôs, fake news e até mesmo pessoas teleguiadas. Isso me preocupa!”, disse o vereador.
Diante dessas acusações, o presidente da Câmara Municipal de Manaus, o vereador Caio André, classificou os comentários de Dione Carvalho como “gravíssimos” e pediu que ele apresentasse provas para respaldar suas afirmações. Caio André ressaltou a importância de uma denúncia tão séria ser feita de forma formal e afirmou que a Mesa Diretora tomará as medidas cabíveis caso não haja apresentação de provas.
“Como o vereador Dione trouxe uma denúncia gravíssima contra esta Casa, que ele apresente as provas e faça de forma formal e, se por ventura, ele não fizer, a Mesa tomará as medidas cabíveis”, disse.
As declarações de Dione Carvalho também provocaram reações da imprensa local. A jornalista Erica Lima, do site O Convergente, por exemplo, questionou o motivo de o vereador temer o trabalho da imprensa. Ela ainda considerou a interpretação do vereador como “vergonhosa” e uma tentativa de intimidar a mídia.
Essa troca de acusações entre o vereador, a Mesa Diretora da CMM e a imprensa expõe a tensão existente entre a mídia e os políticos e levanta questionamentos sobre a transparência e a relação entre os poderes. O papel da imprensa na fiscalização dos parlamentares é fundamental para a democracia, garantindo que eles cumpram suas responsabilidades perante a sociedade.
Polêmicas
Com uma gestão pífia do ponto de vista da prestação de serviços à população, o vereador de primeiro mandato Dione Carvalho já se envolveu em algumas polêmicas durante sua atuação parlamentar.
Ele propôs um Projeto de Lei, no ano passado, para impedir a circulação de pessoas de baixa renda dentro dos shoppings da capital amazonense. Como justificativa, o vereador apontou, sem dados concretos, que os jovens de periferia vão aos shoppings, apenas para criar baderna e confusão.
“Os shoppings da cidade de Manaus são sinônimos de insegurança. Desde quando eu me entendo por gente [tenho 41 anos], eu ia ao shopping e tinha critério para entrar”, justificou o vereador.
O vereador também se manifestou a favor da controversa construção de um “puxadinho” na Câmara Municipal de Manaus (CMM), cuja licitação foi barrada pela Justiça do Amazonas. Na gestão do então presidente vereador David Reis (Avante), a licitação foi suspensa após uma ação judicial movida por Mendel e pelo vereador Rodrigo Guedes (PSC), questionando o projeto que custaria cerca de R$ 32 milhões aos cofres públicos municipais, em meio à pandemia.
“Fica muito, muito difícil para eu atender alguém nestas condições. Então, nesse ponto, eu sou a favor, mas é aquela coisa: do meu ponto de vista, é necessário, mas cada parlamentar sabe da sua situação”, disse ele em entrevista ao portal AM1.
Em julho deste ano, Dione Carvalho foi processado na 2ª Vara da Família de Manaus pelo não pagamento de pensão alimentícia no valor de R$500 para o próprio filho. Na ocasião o vereador devia R$ 15.247,98 (quinze mil, duzentos e quarenta e sete reais e noventa e oito centavos) em pensão alimentícia ao seu filho de 14 anos.
De acordo com o processo, revelado pelo site Radar, a mãe do garoto pedia que o vereador pagasse R$3.850 mil, que é um valor proporcional ao seu ganho mensal de cerca de R$20 mil, referente ao cargo de parlamentar e apresentador do programa Plantão 24H da TV Band.