A corrida pela presidência dos Estados Unidos tem um cenário indefinido. Um dos pontos mais decisivos para Donald Trump e Kamala Harris é a vitória nos chamados ‘swing states’, também chamados de ‘estados roxos’ ou ‘estados-pêndulos’. São eles: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Nestes estados, não há predominância histórica de vitórias republicanas ou democratas. A maioria dos estados americanos é fiel a um dos partidos e não gera surpresas durante a contagem dos votos. Por isso, os estados decisivos recebem o apelido de “roxos”, pois representam a mistura entre os partidos vermelho (Republicanos) e azul (Democratas).
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Temendo distúrbios, vários estados, entre eles, Washington e Nevada, convocaram militares para garantir a segurança durante a votação. Medidas excepcionais também foram anunciadas em Oregon, onde centenas de boletins de voto foram destruídos, após incêndios criminosos em urnas eleitorais.
No domingo (3), as autoridades americanas instalaram barreiras de proteção em torno da Casa Branca, do Capitólio e da residência da candidata democrata, Kamala Harris. Comerciantes montaram barricadas em torno de suas lojas em Washington. A imprensa americana destaca operações sem precedentes na história das eleições no país.
Nas seções de voto, a segurança foi reforçada, para a proteção contra eventuais violências nesta terça-feira. Muitos locais foram equipados com vidros à prova de balas, portas de metal e botões de telefonemas de emergência. Mesários foram treinados para agir em caso de ataques.
Violência nas urnas
Daniela Melo, professora de Ciência Politica da Universidade de Boston, afirma que um clima acirrado não era visto em eleições presidenciais americanas “há pelo menos um século”. Segundo ela, “a possibilidade de violência nas urnas é algo novo para a maioria da população”.
“A própria polícia americana tem tido aulas sobre como funciona o sistema eleitoral dos Estados Unidos. Portanto, há toda uma nova forma de preparação, que reflete o medo da sociedade americana neste momento”, ressalta.
Segundo a especialista, nos Estados-pêndulo, que podem decidir a corrida à Casa Branca, o nível de alerta é maior. Um deles, o Arizona, onde os locais de votação que receberão a maior quantidade de eleitores serão patrulhados por drones, foram convocados até atiradores de elite, que estarão posicionais no alto de prédios.
Retórica de fraude se fortalece
No domingo, em um comício em Lititiz, na Pensilvânia, o ex-presidente americano voltou a falar de fraude eleitoral. Segundo ele, os democratas “estão lutando muito para roubar”. No mesmo discurso, Trump também declarou que não deveria ter deixado a Casa Branca em 2020.
Ele ainda disse acreditar que os resultados têm que obrigatoriamente sair na noite de terça-feira, embora especialistas afirmem que, devido à previsão de uma diferença muito pequena entre os votos para cada campo, a contagem dos boletins pode demorar vários dias. Especialistas preveem que o magnata anuncie sua vitória antes mesmo do fim da contagem de votos.
Para as mídias americanas, não ha dúvidas de que o republicano contestará uma eventual derrota. A rede de TV CNN afirma abertamente que “Trump está alegando que as eleições foram roubadas antes mesmo do dia da votação”.
“Ele está preparando o terreno, exatamente como fez há quatro anos”, relembra Daniela Melo. “Qualquer um que tenha visto seus comícios e suas entrevistas nos últimos dias, sabe que não teve nenhuma ocasião em que Trump não tenha falado diretamente em fraude eleitoral dos democratas”, ressalta.
Segundo o magnata, a única forma de Kamala Harris vencer as eleições é por meio de irregularidades. “Não há nenhuma prova de fraude eleitoral neste momento, mas essa tem sido uma das principais mensagens que ele tem passado ao eleitorado”, reitera a professora de Ciência Politica da Universidade de Boston.
Mais de 160 milhões de cidadãos americanos se registraram para votar nestas eleições. Cerca de 78 milhões de já votaram antecipadamente, como permite o sistema eleitoral dos Estados Unidos.
The New York Times
Os candidatos estão empatados tecnicamente nos estados decisivos, de acordo com o New York Times. A pesquisa, em parceria com a Siena College, mostrou Kamala numericamente à frente por uma pequena margem em: Nevada (49% / 46%), Carolina do Norte (48% / 46%), Wisconsin (49% / 47%) e Geórgia (48% / 47%).
Por outro lado, Trump lidera no Arizona (49% / 45%). Em outros dois estados, a pontuação é a mesma: Pensilvânia (48% / 48%) e Michigan (47% / 47%).
Diferença nos estados decisivos está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 3,5 pontos percentuais. O levantamento foi feito com 7.879 eleitores prováveis entre 24 de outubro e 2 de novembro.
- Arizona – 1.025
- Geórgia – 1.004 eleitores
- Michigan – 998 eleitores
- Nevada – 1.010 eleitores
- Carolina do Norte – 1.010 eleitores
- Pensilvânia – 1.527 eleitores
- Wisconsin – 1.305 eleitores
Arizona (11 delegados)
Kamala: 45%
Trump: 49%
Carolina do Norte (16 delegados)
Kamala: 48%
Trump: 46%
Geórgia (16 delegados)
Kamala: 48%
Trump: 47%
Michigan (15 delegados)
Kamala: 47%
Trump: 47%
Nevada (6 delegados)
Kamala: 49%
Trump: 46%
Pensilvânia (19 delegados)
Kamala: 48%
Trump: 48%
CNN
A emissora também colocou os candidatos empatados tecnicamente, tanto no cenário nacional como nos estados decisivos. A democrata e o republicano somaram 47% do apoio.
A média de pesquisas feita pela CNN mostrou Trump numericamente à frente no: Arizona, Carolina do Norte e Geórgia. O recorte considera o período entre 10 de outubro e 2 de novembro.
Arizona – Trump (49% / 47% Kamala)
Carolina do Norte – Trump (48% / 47% Kamala)
Geórgia – Trump (49% x 47% Kamala)
Kamala aparece em vantagem numericamente em dois estados decisivos: Michigan e Wisconsin. A média de pesquisas da CNN considerou o período entre 16 de outubro até 2 de novembro.
Michigan – Kamala (48% x 46% Trump)
Wisconsin: Kamala (49% x 46% Trump)
Eles estão empatados na Pensilvânia, com 48%, na média das pesquisas realizadas pela emissora. Na última pesquisa da CNN, em Nevada, Trump apareceu com 48% das intenções de votos, enquanto Harris somou 47%.
Resultado das eleições
Em todo o país, as urnas começarão a ser fechadas às 18:00, horário de Washington DC (20:00 em Brasília) na terça-feira (05) à noite e as últimas urnas serão encerradas à 01:00 (03:00 em Brasília) na quarta-feira (06).
Mas o que se espera é que os resultados de sete Estados indecisos sejam determinantes nessa corrida eleitoral: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.
19:00 (21:00 em Brasília) – As urnas fecham na Geórgia e em cinco outros Estados, e parcialmente em mais dois Estados. É também quando as redes de TV dos EUA provavelmente começarão a fazer suas primeiras projeções de resultados, em Estados menos competitivos como Kentucky.
19:30 (21:30 em Brasília) – As urnas fecham em três Estados, incluindo a Carolina do Norte.
20:00 EST (22:00 em Brasília) – As urnas fecham na Pensilvânia, em 15 outros Estados e no Distrito de Columbia, bem como parcialmente no Michigan e em quatro outros Estados.
21:00 EST (23:00 em Brasília) – Todas as urnas restantes fecham em Michigan. A votação também terminará no Arizona, Wisconsin e em outros 12 Estados.
22:00 EST (00:00 em Brasília) – As urnas fecham em Nevada e em dois outros Estados, e parcialmente em outros dois.
Com agências