Apresentações da banda Ira! que seriam realizadas na região Sul foram canceladas depois de ‘inúmeros pedidos de cancelamento de ingressos adquiridos, desistência de patrocinadores’, de acordo com a produtora SCAR, que estava à frente da organização. Por meio de uma publicação no Instagram nesta quarta-feira (9), a empresa lamentou a suspensão, citando os últimos acontecimentos envolvendo o grupo. No dia 29 de fevereiro, o vocalista Nasi foi vaiado pelo público em Contagem (MG) após um grito de “sem anistia”.
De acordo com a produtora, os shows foram cancelados nas cidade de Jaraguá do Sul, Blumenau, Caxias do Sul e Pelotas. A SCAR afirmou não ter tido uma “outra alternativa a não ser os cancelamentos”.
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“Recebemos inúmeros pedidos de cancelamento de ingressos adquiridos, desistência de patrocinadores e o risco claro de não progressão das vendas até as datas dos shows”, diz a nota. “Lamentamos o ocorrido, somos uma produtora com mais de 30 anos de mercado e nosso principal patrimônio é o público, e este deve ser muito bem tratado por nós produtores e pelos artistas, que deveriam subir ao palco apenas para apresentar suas músicas e talentos.”
A polêmica envolvendo a banda começou quando Nasi foi vaiado por um grupo durante um show em Minas Gerais. Anteriormente, ele havia se manifestado contra os pedidos de anistia dos acusados pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Ele, então, não se intimidou e rebateu às críticas:
“Pra vocês que estão vaiando, eu vou falar uma coisa: tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira! Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o Ira! e é bolsonarista”, iniciou Nasi durante o show.
“Isso não tem nada a ver, gente! Por favor, vão embora! Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço”, completou o vocalista enfurecido.

Foto: Reprodução/Instagram
O posicionamento político do vocalista não é novidade. Ele já criticou outros artistas que apoiaram Bolsonaro, como Lobão e Roger Moreira, do Ultraje a Rigor.
“Acreditamos que deve ser muito bem tratado por nós, produtores e pelos artistas, que deveriam subir ao palco apenas para apresentar suas músicas e talentos”, afirma a nota da produtora, que prometeu reembolsar automaticamente os ingressos adquiridos em até 30 dias.