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São Paulo

Caso Vitória: software de Israel é usado para extrair dados de celulares

Conversas e arquivos apagados foram recuperados com ajuda do Cellebrite. O caso da jovem Vitória Regina Sousa, de 17 anos, assassinada com requintes de crueldade, esta mais próximo de ser desvendado.


O software israelense Cellebrite é uma ferramenta de análise digital e investigação forense que ajuda a desbloquear celulares e acessar dados apagados, e foi usado pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para conseguir extrair, com sucesso, os dados de nove dos 10 celulares apreendidos durante a investigação do assassinato da jovem Vitória Regina Sousa, de 17 anos.

Software Cellebrite recuperou mídias apagadas. Fotos, vídeos e conversas dos suspeitos com pessoas relevantes para a investigação foram recuperadas pela policia – Foto: Reprodução 

As provas recolhidas podem ajudar a polícia a descobrir a motivação do crime, que ainda segue sendo uma incógnita para os investigadores.

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O trabalho foi feito pela Polícia Científica de São Paulo depois de autorização judicial. O software israelense Cellebrite já havia sido usado para analisar dados de outras investigações criminais, como a morte do menino Henry Borel, em 2021, no Rio de Janeiro.

A polícia quer usar os dados extraídos para tentar estabelecer uma ligação entre os três principais suspeitos, dos quais apenas um está preso. A investigação já apurou que eles se conheciam, mas ainda não estabeleceu qual seria o papel de cada um no crime.

Justamente por isso, todo tipo de mensagem trocada entre eles é válido, especialmente se o assunto estiver relacionado ao assassinato da jovem em Cajamar, região metropolitana de São Paulo.

Veja quais são as provas e evidências colhidas pela polícia

Durante a coletiva, o chefe do Demacro, Luiz Carlos do Carmo, afirmou que a polícia já está com os dispositivos moveis dos três principais suspeitos pela morte da jovem de 17 anos, encontrada em uma região de mata, em Cajamar, na Grande São Paulo.

Nove celulares foram apreendidos para perícia, buscando informações relevantes para o caso. A geolocalização dos suspeitos através de antenas de celular indica a proximidade de dois deles com Vitória na noite do crime.

A Polícia Civil afirma já ter identificado filmagens em um dos aparelhos, que mostram um dos suspeitos seguindo Vitória por dias antes do desaparecimento, sugerindo possível premeditação do sequestro e, posteriormente, a morte da vítimaUma ligação de Vitória para um dos suspeitos, no dia em que desapareceu, contradiz a versão dele de que não mantinham contato.

“A prova já está materializada no celular dele”, afirmou Luiz Carlos do Carmo.

O delegado do caso Vitória, Luiz Carlos do Carmo em coletiva de imprensa – Foto: Reprodução

As contradições nos depoimentos são evidências que têm norteado as investigações, e levantam suspeitas sobre o envolvimento dos suspeitos na morte. A contradição em depoimento motivou a prisão de um dos suspeitos.

Outro elemento que foi identificado pelos peritos corresponde a presença de sangue, encontrado no porta-malas do carro de um dos suspeitos. O material aguarda resultado de DNA para confirmação da compatibilidade com o da vítima. Um fio de cabelo também foi encontrado, em um veículo investigado, e está sob análise para verificar se pertence à vítima.

A Polícia Científica de São Paulo encontrou sangue na casa onde morava o único suspeito preso pelo assassinato da jovem Vitória Regina. O imóvel recebeu duas visitas dos peritos nessa semana e a amostra localizada foi enviada para a comparação com o DNA da jovem.

Perícias toxicológicas e das vísceras estão em andamento, para apurar a ocorrência de abuso sexual. O advogado da família, Fábio Costa, que disse que teve acesso ao laudo pericial preliminar, nesta terça-feira (11), que comprovaria que a jovem foi abusada sexualmente. A informação ainda não foi confirmada pela Polícia Civil.

O laudo necroscópico deve fornecer informações sobre a data e as circunstâncias da morte, confirmando se Vitória foi mantida em cativeiro e os tipos de ferimentos encontrados.

Relembre o caso

A história começou em 26 de fevereiro, quando Vitória, após um dia de trabalho em um shopping local, pegou o ônibus de volta para casa. Naquela noite, Vitória compartilhou mensagens de texto com uma amiga, expressando o medo que sentia ao perceber que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas relataram ter visto um automóvel com quatro homens seguindo a jovem depois que ela desceu do ônibus.

Foto: Reprodução

Após seu desaparecimento, a cidade se uniu em buscas incessantes. A polícia e os familiares, apoiados por diversos agentes, cães farejadores e drones, procuraram por Vitória em todos os cantos da região.

A angústia chegou ao fim em 5 de março, quando o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar. O corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. Um policial que estava no local das buscas informou que o corpo da vítima foi bastante violentado. A jovem estava com a cabeça raspada e sem as roupas.

Foto: Reprodução

A Delegacia de Polícia de Cajamar assumiu a responsabilidade pela investigação, trabalhando com diversas hipóteses para o crime. Mais de 18 pessoas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos para perícia. A principal linha de investigação é que a morte de Vitória foi por vingança.

O corpo de Vitória foi velado e enterrado sob forte comoção de parentes, amigos e moradores da cidade. Gritos de “justiça” foram entoados durante o sepultamento.

Com informações da CNN Brasil