Operação terrestre israelense avança pela Cidade de Gaza no 33° dia da Guerra Israel-Hamas

Os bombardeios israelenses continuam intensos sobre a Faixa de Gaza ao 33° dia de guerra entre Israel e o Hamas, grupo político e paramilitar que controla o enclave palestino.

Apesar dos apelos da comunidade internacional, incluindo o mais forte aliado, o Estados Unidos, para um cessar-fogo ou pelo menos permitir pausas humanitárias para deixar chegar ajuda aos civis ou ainda, permitir a fuga dos inocentes do terreno de combate, Israel insiste na contraofensiva ao ataque terrorista do Hamas cometido a 7 de outubro, que fez pelo menos 1.400 mortos em território israelense.

Bom bardewio israelense na Faixa de Gaza – Foto: Fatima Shbair

Na última atualização desta terça-feira (7), o Ministério da Saúde do Hamas detalhou o balanço de mortos em Gaza. Ao todo, 10.328 mortos, incluindo 4.237 crianças e 2.741 mulheres, destaca a mesma fonte, sem possibilidade de confirmação imparcial.

Por outro lado, assegura Israel, mais de 240 reféns continuam sequestrados na Faixa de Gaza pelo Hamas e pela Jiad islâmica, outro grupo extremista palestino ali aquartelado.

A contraofensiva terrestre de Israel prossegue já dentro da Cidade de Gaza, bastião do Hamas, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assinalou o primeiro mês de contraofensiva com uma visita a uma base militar das Forças de Defesa de Israel, onde reiterou o objetivo de destruir o Hamas e elogiou o progresso das Forças de Defesa de Israel (IDF/Tsahal).

“Desde o início da operação terrestre, já destruímos inúmeros quartéis, túneis, bases e estruturas do Hamas. O Hamas está percebendo que chegamos a lugares que não pensavam sermos capazes”, afirmou Benjamin Netanyahu, que recusa qualquer cessar-fogo até que os reféns retidos pelos grupos palestinianos sejam libertados.

Joe Biden confirmou ter pedido a Netanyahu que permita “pausas humanitárias” e o primeiro-ministro não fechou essa porta, mas insistiu que o momento não é ainda para um cessar-fogo.

Bombardeio de norte a sul

Da madrugada desta quarta-feira, há relatos de bombardeios israelenses nas proximidades dos hospitais Indonésio, do de Al-Shifa e em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, no sul, em Khan Younis, e no centro, em Nuseirat.

Deir al Balah, na Faixa de Gaza – Foto: Hatem Moussa

As fontes possíveis no terreno falam em vários mortos vítimas destes bombardeios.

Já Israel, confirmou a baixa de mais um soldado, aumentando para 31 mortos o balanço de vítimas israelenses na operação terrestre atualmente em curso dentro de Gaza e que já levou mais de 1,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para sul dentro do enclave.

A Cruz Vermelha internacional criticou, entretanto, o alegado ataque israelense desta terça-feira contra um comboio de cinco caminhões e dois outros veículos do organismo que transportavam ajuda médica para hospitais na Cidade de Gaza, o que vai contra o direito internacional em conflitos armados.

Pelo menos um dos condutores ficou ferido, num dia em que a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) elevou para 89 o número de perdas entre o pessoal a trabalhar em Gaza, em um trágico recorde de mortes para equipas da ONU num só conflito.

“Como agência, estamos para lá de devastados. Sentiremos muito a falta dos nossos colegas. Eles não serão esquecidos”, manifestou a UNRW pelas redes sociais.