O Brasil ficou numa posição embaraçosa na 28ª Conferência do Clima de Dubai que se encerrou nesta quarta-feira (13) com um acordo que, pela primeira vez em 30 anos de negociações climáticas, determina que o mundo coloque em andamento a “transição para o afastamento dos combustíveis fósseis”. O tratado acontece no mesmo dia em que, no Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza o maior leilão de exploração de petróleo da sua história.
A proposta de texto para o balanço global, um dos documentos mais esperados desta cimeira do clima, não convence e tem sido criticado pelos Estados Unidos e UE, por não referir sequer o abrandamento da utilização dos combustíveis fósseis gerou um coro de queixas de vários países, mas com reivindicações diferentes.
Foram mais de US$ 17 bilhões de prejuízos para o agronegócio brasileiro no ano passado devido a fenômenos climáticos, principalmente secas. O setor está na linha de frente dos impactos das mudanças do clima, mas também responde por uma parcela considerável (18%) das emissões mundiais de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global.
O horizonte chamativo de Dubai foi obscurecido por uma camada de poluição classificada como "prejudicial à saúde" neste domingo (03-12) enquanto milhares de delegados participavam do quarto dia da cúpula COP28, que foi designado como o dia da "saúde" e onde os tópicos de discussão incluem a qualidade do ar e os efeitos prejudiciais à saúde por causa das alterações climáticas.
Conferência da ONU sobre clima inicia com anúncio positivo de investimentos na operacionalização de mecanismo para apoiar países mais afetados por crise climática; Emirados Árabes Unidos e Alemanha anunciaram contribuições de US$ 100 milhões cada; Reino Unido, EUA e Japão também anunciaram aportes no fundo.